Em busca do equilíbrio 8 – Autocracia e Democracia
Em busca do equilibrio

#8 Autocracia e Democracia

Por carol - 9 junho 2023

A autocracia e a democracia representam dois opostos do espectro de estilos de governança e tomada de decisões em diferentes contextos, incluindo a gestão de negócios. Ambas possuem importância e desafios distintos quando se trata de alcançar o equilíbrio adequado na gestão dos negócios.

Centralização. A autocracia é um sistema de gestão em que uma pessoa ou um pequeno grupo de indivíduos detém todo o poder e autoridade para tomar decisões. Na gestão dos negócios, isso pode ser representado por um gestor centralizador que assume total controle sobre as operações e a tomada de decisões. A autocracia pode ser eficiente em situações em que a resposta rápida é necessária, permitindo a execução ágil das estratégias.

Desmotivação. No entanto, esse estilo de gestão pode levar a um ambiente de trabalho opressivo, com pouca ou nenhuma participação dos funcionários na tomada de decisões. Isso pode resultar em falta de motivação, baixa criatividade e menor engajamento dos colaboradores. Além disso, o gestor autocrático pode enfrentar o desafio de se sobrecarregar com a responsabilidade de tomar todas as decisões, o que pode levar a erros de julgamento e falta de diversidade de ideias.

Diálogo. As pessoas, cada vez menos, aceitam o uso de procedimentos autoritários para alcançar os objetivos. Os modelos autoritários baseados no “eu mando” e “você obedece” estão sendo contestados. No lugar do “chefe” que decide conforme a vontade própria, os gestores devem ser capazes de dialogar e compreender o ponto de vista dos outros. Por outo lado, precisam ter atitudes e assertividade para o encaminhamento das questões.

Flexibilidade. As estruturas hierárquicas rígidas também não tem mais espaço, pois estimulam a burocracia e dificultam a agilidade na tomada de decisões. Assim, diante do cenário globalizado e de rápidas mudanças, as organizações devem estimular estruturas flexíveis e mais abertas, facilitando decisões qualificadas. É um processo que exige negociações, com maior demanda de tempo e dedicação.

Participação. Por outro lado, a democracia é um sistema de gestão no qual as decisões são tomadas por meio de participação, onde diferentes vozes e perspectivas são consideradas. Na gestão de negócios, a democracia pode ser representada por estilo mais participativo, no qual os funcionários têm a oportunidade de contribuir com ideias, opinar sobre decisões importantes e participar ativamente dos processos de tomada de decisão. A democracia empresarial promove a diversidade de perspectivas, a criatividade e o engajamento dos funcionários, levando ao ambiente de trabalho mais inclusivo e motivador.

Decisões. No entanto, a tomada de decisões pode ser mais lenta e complexa na democracia, pois envolve a consideração de várias opiniões e a busca de consensos. Além disso, pode haver o desafio de equilibrar a participação de todos com a necessidade de uma liderança forte e direcionada.

Equilíbrio. Para alcançar um equilíbrio adequado entre autocracia e democracia na gestão dos negócios, muitas organizações adotam abordagens de gestão participativa, nas quais os gestores mantêm a autoridade final, mas incentivam a participação e o envolvimento dos funcionários na tomada de decisões. Isso permite combinar os benefícios da autocracia, como a agilidade e a capacidade de tomar decisões rápidas, com os benefícios da democracia, como a motivação dos funcionários e a diversidade de perspectivas. É importante que os gestores estejam abertos ao feedback e à colaboração, criando um ambiente onde os funcionários se sintam valorizados e ouvidos.

Paradoxo. Esta realidade nos leva a avaliar o paradoxo quanto a fórmula ideal sobre a melhor proposta. De um lado, não se aceita o autoritarismo e, por outro lado, se percebe que a democracia plena também ainda parece utópica. A democracia também pressupõe regras e posicionamento. Liberdade sem disciplina, geram ambientes organizacionais confusos e desorganizados. Em contrapartida, excesso de autoridade, gera tensões e pode travar o processo.

Contexto. Algumas empresas podem exigir uma gestão mais autocrática em momentos de crise, quando decisões rápidas e decisivas são necessárias para lidar com emergências. Por outro lado, em situações em que a inovação e a criatividade são valorizadas, uma abordagem mais democrática pode ser benéfica, permitindo que os funcionários contribuam com suas ideias e conhecimentos especializados.

Desafio. O desafio reside em encontrar o equilíbrio certo para cada contexto, evitando os extremos. Isso pode ser alcançado por meio da implementação de práticas de gestão participativa, como a criação de canais de comunicação abertos e transparentes, a promoção de equipes multidisciplinares e a delegação de responsabilidades e autonomia aos colaboradores.

Cultura. Além disso, a formação de uma cultura organizacional baseada na confiança, respeito mútuo e valorização das opiniões dos funcionários é fundamental para alcançar um equilíbrio saudável entre autocracia e democracia. Os gestores devem estar dispostos a ouvir e considerar diferentes perspectivas, promovendo ambiente em que a diversidade de ideias seja valorizada e incentivada.

Movimento. É importante ressaltar que a busca pelo equilíbrio entre autocracia e democracia na gestão dos negócios não é uma tarefa estática. À medida que as circunstâncias mudam, as abordagens de liderança também podem precisar se adaptar. O monitoramento contínuo dos resultados e a avaliação do impacto das práticas de gestão adotadas, são essenciais para garantir que o equilíbrio seja mantido e ajustado quando necessário.

Abordagem. Em síntese, o equilíbrio entre autocracia e democracia na gestão dos negócios dependerá das circunstâncias específicas de cada organização e dos objetivos que se deseja alcançar. Não há uma abordagem única que seja a melhor. Cada organização é exclusiva e deve desenvolver modelo próprio, especialmente com base na maturidade das pessoas.

Maturidade. Este processo exige mais maturidade e abertismo para tratar dos assuntos, especialmente os mais sensíveis e delicados. Um enfrentamento que nem sempre todos estão preparados e dispostos. Portanto, é necessário um investimento no aprendizado organizacional que leve as pessoas a análise, interpretação e reflexão. Só assim, será trilhado o caminho da cidadania plena, da democracia madura e consequentemente da liberdade.

Reflexão. Da autogestão inteligente à gestão consciente. Sem a qualificação da autogestão de modo inteligente, com auto-avaliações transparentes e éticas, não há gestão de equipes ou organizações bem sucedidas, de modo consciente para o desenvolvimento sustentável. A gestão colaborativa ou cogestão, inclui o desenvolvimento dos princípios e valores éticos e pressupõe a capacidade do debate maduro, com a ampliação dos processos democráticos.

MSc Adelino Denk

CRA 1766

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