Sucessão Familiar Descomplicada

#28 Confiança na sucessão familiar

Por carol - 6 novembro 2024

No processo de sucessão em empresas familiares, a confiança é elemento essencial para assegurar uma transição fluida e o fortalecimento dos laços entre gerações. Mais do que apenas uma relação de segurança mútua, a confiança entre sucessores, familiares e colaboradores é um diferencial que aumenta a capacidade da empresa de inovar e se adaptar, gerando estabilidade e motivação. Neste artigo analiso como a confiança pode ser cultivada nas empresas familiares de pequeno e médio porte, enquanto elemento-chave na estratégia de sucessão.

A importância da confiança no processo de sucessão

A confiança se revela fundamental em diversos aspectos da sucessão. Primeiramente, ela gera ambiente onde as pessoas se sentem à vontade para compartilhar suas ideias e experiências, facilitando o aprendizado entre as gerações. Em segundo lugar, promove transparência e lealdade, essenciais para a continuidade dos valores e da cultura empresarial.

Para que o sucessor seja aceito pela equipe e pelos stakeholders, é preciso que ele demonstre conhecimento do negócio, respeito pelos valores da empresa e disposição genuína para aprender com os mais experientes. Além disso, quando o fundador confia no sucessor, ele se sente mais seguro em delegar responsabilidades, acelerando o processo de transição.

Segundo a pesquisa da PwC há forte correlação entre confiança e lucratividade nas empresas familiares, o que leva ao desempenho melhor e estabelece vantagens relevantes. Outra pesquisa da Global NextGen 2022 mostra que a próxima geração nas empresas familiares segue o comando de seus pais e prioriza o crescimento, em detrimento dos aspectos de Governança, como forma de proteger seu legado. Assim, outros elementos precisam ser considerados para estabelecer a confiança, além dos aspectos tradicionais. Deve ser ampliada a conexão com o público externo, transmitir clareza do propósito, assumir compromissos de governança, comunicar de modo transparente, ficar atento com as redes sociais e agir alinhado com todos os compromissos assumidos.

Exemplos de pequenas e médias empresas

1. Grupo Verde & Amarelo (nome fictício)

No Grupo Verde & Amarelo, uma rede de supermercados no interior de São Paulo, a sucessão foi planejada ao longo de cinco anos, onde o fundador manteve uma relação próxima com seus filhos e com os principais gerentes. A transparência foi uma das maiores prioridades: reuniões mensais com os herdeiros e o corpo de gestores permitiram uma visão clara dos desafios e das oportunidades do negócio. A confiança foi construída ao longo desse período, fortalecendo a coesão entre a família e os gestores. Hoje, com a segunda geração no comando, o Grupo Verde & Amarelo continua crescendo, mantendo o compromisso com a comunidade local e com seus colaboradores.

2. Indústria Texlimp (nome fictício)

A Texlimp, uma indústria têxtil no Nordeste, enfrentou um desafio comum entre empresas familiares: a resistência de alguns funcionários mais antigos em relação à mudança de gestão. O fundador, ao decidir se afastar, investiu fortemente em atividades de integração, onde o sucessor passou a conhecer profundamente o chão de fábrica e a ouvir as necessidades dos colaboradores. Essa atitude consolidou a confiança na nova gestão, que manteve o respeito pela trajetória da empresa e pelos que ajudaram a construir seu legado. A Texlimp, agora sob nova direção, conseguiu expandir para novos mercados e aumentar seu volume de produção.

Como cultivar a confiança durante a sucessão

Algumas práticas podem ser eficazes para promover a confiança durante a sucessão em empresas familiares:

  1. Transparência – Manter todos os envolvidos informados sobre o processo e as decisões aumenta a segurança e o engajamento da equipe.
  2. Comunicação aberta – Criar um canal de comunicação onde os colaboradores e familiares possam expressar preocupações e ideias, sem medo de retaliações, é um alicerce para a construção da confiança.
  3. Capacitação do sucessor – Preparar o sucessor, permitindo que ele conheça todos os setores do negócio, demonstra que ele está apto para liderar e se compromete com os valores e a missão da empresa.
  4. Reconhecimento e valorização – Valorizar as conquistas das gerações anteriores e reconhecer a importância dos colaboradores no processo de transição solidifica o respeito e a lealdade.
  5. Planejamento gradual da transição – Evitar transições abruptas e permitir que o fundador ou gestor atual oriente e acompanhe o sucessor durante um período de transição é uma prática que evita rupturas e facilita a adaptação.

A confiança é pilar central na sucessão familiar. Empresas que investem nesse fator não apenas garantem uma transição mais suave, mas também constroem uma cultura empresarial sólida, que favorece o crescimento e a inovação. Empresas familiares que desejam prosperar nas próximas gerações devem priorizar a construção de relações de confiança em todas as etapas do processo de sucessão.

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