#31 Manipulação no processo sucessório

Uma ameaça ao sucesso das empresas familiares

A sucessão em empresas familiares bem conduzida é de fundamental importância para alcançar a longevidade do negócio. Segundo estudos, apenas 15% das empresas familiares conseguem chegar à terceira geração. Assim, não há mais espaço para atitudes amadoras, especialmente as mentiras e os jeitinhos, inerentes ao comportamento do gestor manipulador. Entre os principais fatores que levam ao fracasso, a manipulação no processo sucessório destaca-se como um problema que corrói as bases da confiança e da estabilidade organizacional.

Como a manipulação afeta o processo sucessório

A manipulação pode se manifestar de várias maneiras:

1. Falta de transparência: Decisões unilaterais sobre quem assumirá a liderança, sem consultar os demais membros da família ou sem critérios claros.
2. Favoritismo: Escolha baseada em relações pessoais e não em competências ou aptidões.
3. Conflitos de interesses: Uso de influência para favorecer determinados indivíduos ou grupos familiares.
4. Sabotagem: Tentativas de enfraquecer concorrentes ao cargo sucessório para se beneficiar.

Essas práticas minam a confiança entre os membros da família, criam um ambiente tóxico e prejudicam o planejamento estratégico da empresa.

No contexto brasileiro, um exemplo emblemático é o da empresa Matarazzo, que chegou a ser um dos maiores conglomerados industriais da América Latina. Após a morte de Francisco Matarazzo, a falta de planejamento sucessório, aliada a disputas e manipulações internas, contribuiu para o declínio do grupo.

Outro exemplo é o da Daslu, conhecida por ser uma das maiores boutiques de luxo do país. A falta de alinhamento entre os familiares e disputas internas enfraqueceram a marca, culminando na perda de relevância e encerramento das operações.

Como evitar a manipulação

Para evitar que a manipulação comprometa o processo sucessório, algumas medidas são fundamentais:

1. Estabelecer critérios claros de sucessão: Definir competências técnicas e comportamentais necessárias para o cargo.
2. Criar um conselho familiar: Promover um ambiente de diálogo e decisão coletiva.
3. Buscar mediação externa: Consultores especializados podem ajudar a evitar favoritismos e assegurar imparcialidade.
4. Formalizar acordos: A elaboração de um acordo de sócios bem estruturado pode mitigar conflitos futuros.

A manipulação no processo sucessório não é apenas uma questão de ética, mas também de sobrevivência empresarial. As famílias empresárias que desejam garantir a continuidade e o sucesso do negócio precisam priorizar a transparência, o diálogo e o planejamento estruturado. Aprender com os erros do passado e investir em boas práticas de gestão e justas, é o caminho para preservar o legado e fortalecer a empresa para as próximas gerações.

Quais desafios sua empresa enfrenta no processo sucessório? Compartilhe sua experiência nos comentários!

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