O ser humano nas suas manifestações contempla ou inclui a mente analítica e a mente intuitiva e, ambas atuam simultaneamente. No entanto, na maioria das vezes, principalmente no mundo negócios, é privilegiada a mente analítica. Os termos são utilizados, enquanto metáforas para facilitar o entendimento, no entanto, são sistemas ou modelos de pensamento, sendo cada um mais apropriado em diferentes contextos.
Desenvolvimento. A ideia e a prática da intuição é tão antiga como a própria administração, porém o estudo da intuição na gestão empresarial é tema mais recente, com o desenvolvimento de técnicas para a evolução da mente intuitiva. Ou seja, é possível desenvolver a intuição, por meio da identificação do sistema próprio de alertas e que compõem recursos mais profundos e duráveis, naquilo que podemos chamar de “inteligência intuitiva”.
Recursos. A mente intuitiva pode ser descrita pelas quatro características fundamentais, apresentadas por Eugene Sadler-Smith (2011): 1. Fala a linguagem dos sentimentos; 2. Funciona de maneira mais rápida e espontânea; 3. Representa um sistema de reconhecimentos de padrões holístico; 4. Oferece mais hipóteses do que certezas.
Comparativo. Para efeitos didáticos, eis síntese comparativa para melhor compreensão das diferenças entre mente analítica e mente intuitiva, conforme descrito por Sadler-Smith (2011):
MENTE ANALÍTICA | MENTE INTUITIVA |
Processamento sequencial – banda estreita | Processamento em paralelo – banda larga |
Processos controlados – esforço consciente | Processos espontâneos e automáticos – não exigem esforço |
Trabalha passo a passo | Trabalha com avaliação simultânea do todo |
Processo consciente e exige introspecção | Processo mais inconsciente e não exige introspecção |
Comunica-se na linguagem das palavras | Comunica-se na linguagem dos sentimentos |
Aprende rapidamente | Aprende lentamente |
Opera lentamente | Opera rapidamente |
Aspecto evolutivo é mais recente | Aspecto evolutivo é mais antigo |
Estudo. A mente intuitiva pode ter efeitos proveitosos ou perigosos sobre os julgamentos pessoais e as decisões. No sentido positivo, permite tomar decisões mais complexas na vida pessoal e profissional. Considerar a intuição pode ser muito valioso, porém, ainda é um recurso pouco estudado na gestão. A prioridade nos cursos de administração ainda é a análise de dados e informações, também importante, mas privilegia a mente analítica.
Intuição. A intuição é uma capacidade humana que nos permite ter insights e percepções sem o uso imediato da razão. Ela é muitas vezes associada a uma sensação de “saber sem saber” ou de “sentir que algo está certo”. É um sistema mais rápido e maleável, que opera em paralelo com a mente analítica. É especialmente útil quando nos defrontamos com questões sociais, criativas ou morais, aspectos importantes no processo de tomada decisão nos negócios, que exigem equilíbrio, responsabilidade, ética e sustentabilidade.
Autogestão. Diante do contexto mais complexo a interação entre a intuição e a autogestão pode ser muito útil. A autogestão inteligente, por sua vez, é a capacidade de gerenciar a si mesmo de forma eficaz, a fim de alcançar seus objetivos. Ela envolve habilidades como planejamento, organização, foco, priorização e automotivação. A combinação de aspectos mais analíticos com os insights e percepções da mente intuitiva, podem proporcionar escolhas estratégicas mais assertivas, especialmente no longo prazo.
Decisões. Em um mundo cada vez mais complexo e dinâmico, a capacidade de tomar decisões rápidas e acertadas é essencial para o sucesso. Nesse contexto, a intuição pode ser uma aliada poderosa da autogestão inteligente, com destaque nestes 3 aspectos:
Para aproveitar ao máximo o poder da intuição, é importante desenvolver a capacidade de ouvir e confiar nela. Isso pode ser feito através de exercícios de autorreflexão, mindfulness e outras práticas que ajudam a desenvolver a percepção e a atenção plena. Na sequência, 3 dicas, dentre outras, para desenvolver a intuição:
A combinação da intuição e da autogestão inteligente pode nos ajudar a alcançar nossos objetivos e a viver uma vida pessoal e profissional mais plena e significativa.
A noção intuitiva do ser humano sobre o que é certo e moral, permite aos gestores saber intuitivamente se uma decisão ou um comportamento se enquadra em um conjunto de valores, e perceber quando estão agindo de maneira correta.
Questionamento: E Você, valoriza a sua intuição?
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